Vou votar para eleger Filipe Nyusi e a Frelimo
A eleição de Filipe Nyusi nestas eleições
justifica-se plenamente quando se completam 50 anos sobre a aparição do tiro da
Frelimo, que tornou independente o povo moçambicano. A eleição de Nyusi
justifica-se pela coerência do seu programa que foi decifrado até que os seus
críticos compreenderam estarem diante de um homem com princípios próprios. Nyusi
é, em si, o novo protagonista da nossa proxima década. Certamente, há outros, mas
nenhum deles tem tanta importância diante do povo, nenhum deles interagiu com o
povo, nenhum deles fez do povo a sua inspiração, pela simples razão de que a
partir da sua acção nada mais foi para edificar o Estado senão a luta pela sua
destruição, reduzindo-o, por vezes, ao nada. Eles, em vez de dizerem ao povo o
que vao fazer para o tirar da pobreza repetem o que o povo ja vive: voces sao
pobres. Afinal, quem vive a pobreza nao precisa que se lhe informe da pobreza,
mas da vias para fazer riqueza. E o povo sabe, quem de facto falou com
sinceridade das intenções. A sua filosofia de vida é uma escola suficiente para
não se deixar enganar, nem pelas fotografias nem pelos gritos de «o povo está
cansado». Seria pernicioso e lamentável que as gerações nascidas antes de 1992
fossem governadas por outros, que não a Frelimo. Seria mau para todos nós que o
poder fosse entregue a quem fez do ódio a sua agenda política.
Nyusi, pelo conhecimento que tive dele, não só
como funcionário dos Caminhos de Ferro de Moçambique e como Ministro da Defesa
e, ainda, porque tive o privilégio de privar com seus colaboradores, é um homem
que valoriza mais o lado humano nas suas relações, sem se impor. Faz bem uso
dos ouvidos e da boca, sabe escutar antes de falar. Não foi por acaso que foi
andando pelo país a fim de receber conselhos daqueles a quem pretende governar.
A sua visão e o seu compromisso são o resultado das contribuições do povo. Por
isso, os moçambicanos têm a oportunidade de o colocar na galeria dos poucos
políticos moçambicanos sinceramente interessados em promover o seu bem-estar. Não
a esses outros que desperdiçam o tempo tirando piadas em momento como este, só
para anestesiar os incautos e distraídos sobre a ausência da agenda
alternativa. E quando o povo grita, fingindo-se alegre, saem felicíssimos e
convencidos de que a causa não dita foi compreendida. É tempo de pensar o país
e não em tribos. Não me furto a citar o que um partidário da oposição afirmou
dizendo que «agora é a vez dos Ndau, os verdadeiros donos do poder», aliás, Augusto,
o meu ilustre amigo MDmista, é também pela mesma opinião. A resposta de Nyusi
aos bárbaros ataques verbais que se lhe dirigem é compreendida e apoiada pela
quási totalidade dos moçambicanos. Ele não precisa insultar os outros muito
menos rebaixá-los para se elevar. Apresenta o seu programa, a sua agenda e o
seu compromisso que também é do povo que o deu corpo.
Durante a minha estada na Academia Militar,
soube que Nyusi é lembrado com respeito, carinho e consideração por ter
devolvido ao exército a dignidade que perdera e por ter cumprido fielmente com
as orientações do Presidente Guebuza, o maior intérprete da nossa era que
retirou Afonso Dhlakama do abismo para o qual o MDM o tinha colocado. Não
resisto a contar sem pormenores, a minha deslocação a um dos distritos do
Norte, há alguns meses, na qualidade de responsável por uma equipa de
pesquisadores da Universidade Pedagógica de Moçambique. Essa deslocação e
estadia prolongada naquelas regiões, permitiu-me ver «in loco» como a vida dos
moçambicanos tem dado passos largos deixando atrás de si rasto de más
recordações, em grande medida, causadas por aqueles que dizem querer tirar a
Frelimo do poder, e ouvir as perguntas que me faziam sobre «como o novo
dirigente vai garantir que os sete milhões cheguem a todos». Comoção, memória,
carinho e respeito a Guebuza e ao seu sucessor; sentimentos e reacções nascidas
da fúria das armas, da guerra e dos seus efeitos directos e colaterais, foram o
mais elevado manifesto daquela gente. Gente que sabe e confia na capacidade da
Frelimo a quem chama de «pai». Gente que confia em Nyusi a quem chama “nosso
filho”. Gente que aprendeu da sua própria vida que outro Moçambique é possível
com trabalho. Gente que não se deixa enganar pelos diplomados universitários
que ao invés de contribuírem para a solução de seus problemas começam a ser o
problema de suas vidas. Um representante de uma tribo disse-me e com razão que
«a comida que vocês doutores consomem, lá nas cidades, é produzida por pessoas
como eu». E é a esta gente que a nossa oposição chama de ignorante e que
precisa de “abrir olhos”.
Seria uma loucura criminosa largar o poder à
deriva num país tão agitado e desunido. Ninguém, em nenhum momento, deixou de
dormir descansado por o poder estar nas mãos da Frelimo. Não acredito que
tivessemos podido dormir tão profundamente se as posições se invertessem e um
político ambicioso e desonesto tivesse temporariamente monopolizado o poder. O medo
que inspiram poderia, só por si, ter sido facilmente usado para impor a
tirania, com consequências terríveis de imaginar. A realidade nacional actual
impera que cada moçambicano olhe para o que era a sua vida de há dez anos e
perspectivar no que poderá ser daqui a outros 10. Na verdade, só a mudança na continuidade
pode fazer-nos prosperar porque, caso contrário, se por hipótese caíssemos na
aventura de escolher os outros que não a Frelimo, a primeira acção que eles
fariam era, sem mais nem menos, cometer o saque dos fundos públicos. Depois, viriam
a dizer que a Frelimo saiu e deixou os cofres vazios. A culpa ia morrendo
solteira enquanto o povo ia compreendendo as razões da ineficiência governativa.
É prática corrente em toda a África, onde a mudança tinha batido a porta. Lá,
há ranger de dentes e saudades do Egipto. Espero sinceramente como moçambicano,
que seja possível a eleição de Nyusi para que, passados mais 10 anos, estejamos
bem melhor do que agora.
Antes de ir ao voto, temos de garantir que a
nossa escolha é também a escolha dos nossos filhos, netos, sobrinhos,
deficientes, presos, emigrantes. Somente o programa da Frelimo e o compromisso
de Filipe Nyusi são materializáveis e não um simulacro; são uma força para
acção e não de simples conversa fiada; são um verdadeiro templo do
desenvolvimento, cujas paredes serão um dia decoradas com o voto de cada
moçambicano. Aos que não gramam da Frelimo, não tenho um compromisso, mas um
aviso. Antes de irdes votar e antes de vos desfazerdes do ódio que sentis para
com a Frelimo; em suma, antes do vosso voto de vingança, tendes de vos
certificar de que o vosso templo vai ser construído sobre rocha firme e não
sobre areias movediças ou num pântano. Qualquer pessoa, se tiver olhos bem
abertos, verá que o caminho da Frelimo, apesar de difícil e longo, é único
materializável. Compreendo que a pobreza e as privações, que são, em muitos
caso, a principal fonte de ansiedade, podem levar o povo a optar pelo voto de vingança. Mas se
votarmos na Frelimo e no seu candidato, não há dúvida de que, talvez já no próximo
quinquénio e certamente na próxima década, Nyusi e a Frelimo podem proporcionar
a este país, que acaba de aprender as lições da guerra, um aumento do bem-estar
material nunca antes registado na nossa experiência nacional.
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