domingo, 23 de novembro de 2014

Terá Guebuza privilegiado os incompetentes?


Segundo uma tradução vulgar, é incompetente o que não possui competência; que não tem conhecimento; o inábil, ou seja, aquele que não possui o poder suficiente para julgar certas questões, que se desviam de sua competência, delegando-as aos que possuem competência para tal. resumindo, diz-se da pessoa desprovida da idoneidade.  Li um artigo de um Jornal falando de, numa tradução livre, um Guebuza que, deixando de lado pessoas competentes como o seu autor, promoveu e trabalhou com incompetentes, isto é, cito «todos os filhos mais preguiçosos e incompetentes que o país foi criando em todos estes anos de Independência começaram a brilhar». No momento tão grave para os destinos de África, em que vemos nações e povos não saber para onde ir, com economias estagnadas e povos em constantes movimentos de rebeldia, aprouve a Deus Nosso Senhor enviar à Moçambique um líder a altura das dificuldades e do momento. A verdade, porém, manda dizer que Guebuza e a sua equipa de incompetentes deixam realizações que estão sendo utilizadas por esses sábios das diversas formas. Se, durante estes dez anos, ele tivesse trabalhado com incompetentes não teria conseguido transformar Moçambique, num país de grandeza material. É justo reclamar o direito de proteger este legado de modo a que não possa ser prejudicado pelos lunáticos e também é direito virar contra todos aqueles que, em vez de o ajudarem, pensavam que, durante uma década, a sua missão era criticarem a sua obra.

O credo de Guebuza consistiu em colocar pessoas certas nos lugares certos. Se fosse pela incompetência não teríamos universidades em todas as províncias que permitiram aos cidadãos «das províncias» terem acesso ao conhecimento o que, por sua vez, desagrada os que lhes queriam na ignorância para não se virem contrariados. Se fosse pela incompetência, ainda estaríamos dependentes dos batelões porque os competentes defendiam a continuação do status quo pretendendo nos convencer que a construção de pontes eliminaria a fonte de renda dos pescadores que, uma vez a outra, utilizavam os seus barcos para travessia das pessoas. Se fosse pela incompetência não teríamos o Ministério da Função Pública pois, os competentes de ontem, com uma mão escondida por detrás dos arbustos, defendiam os moldes tradicionais de controlo e de funcionários públicos para continuarem a ser funcionários «Turbos», extorquindo o Estado. Sim, sabemos que os competentes de ontem defendiam melhores salários e menos trabalho ignorando que o valor de cada salário corresponde ao volume de bens produzidos como resultado do trabalho desempenhado.

O autor do artigo pretende-nos convencer que, por meio de uma frase de uma governadora, todo o governo de Guebuza – os ministros, os governadores, os secretários permanentes, os directores provinciais, os administradores e os chefes de postos administrativos – foi formado segundo o critério da incompetência. Que crime intelectual! Gostaria de recordar que este tipo de pensamento medieval contibuiu com nada a não ser esse espírito de desprezo, pois a sua formulação tingiu-se de ódio ou de um sentimento de que os seus autores sabem mais do que os outros, o que não é verdade. É preciso que se frise; Guebuza foi escolhido pelo povo, por mais desprezível que seja, um povo com os próprios sonhos, com próprias aspirações. O desprezo a sua figura afigura-se-nos, por conseguinte, o desprezo ao povo que nele confiou. Guebuza, homem visionário por excelência, cedo se preocupou com o problema da presença da governação em locais remotos dando trabalho aos representantes do Estado, melhorando-lhes as condições de vida. Logo no começo da sua cruzada se preocupou com o assunto da pobreza e deu passagens e vantagens aos jornlistas, alguns dos quais hoje o insultam, para irem reportar in loco aquilo que eram os problemas merecedores de soluções.

Mas a imprensa da estagnação, medrosa de perder os privilégios antigos soube que o fim dos problemas seria o fim das suas viagens, pois não teria campo para reportar as desgraças do povo a serem vendidas ao exterior. Tratou de promover campanha de descrédito visando mostrar que nada se estava a passar, que o país tinha parado e que o desenvolvimento registado não passava de simples discurso. Para eles, o abandono do Nokia 3310, a aquisição do computador pessoal, do celular da última geração, do carro de segunda mão, da electricidade em sua casa, e tudo mais, são unicamente o fruto do seu sacrifício pessoal e nunca tiveram alguma influência do governo dos «incompetentes». Que cada um olhe para a sua vida de 2005 comparando-a com a de hoje, com justiça e com honestidade. Aproveitar-se do discurso alheio para atacar o PR que nada teve a ver com as palavras da governadora, é um golpe baixo que indigna.

Guebuza e a sua equipa proporcionaram à nação moçambicana um crescimento económico acima de 7% anuais ao mesmo tempo que reduziram a dependência do Estado da ajuda externa ao Orçamento Geral do Estado para menos de 30%. Expandiram a electricidade para quase totalidade dos distritos onde, também colocaram escolas secundárias com 12ª Classe na maioria deles. Guebuza com a sua equipa ergueram novas escolas, hospitais, pontes, linhas férreas, estradas e reabilitaram as antigas, isto, do Rovuma ao Maputo, do Zumbo ao Índico. Não é uma piada da História que Jornais que estão constantemente a sobreviver vendendo a desgraça do país pensem que podem critica-lo e dar-lhe conselhos? No final da próxima década, o povo moçambicano recordará o êxito da eficiência deste Governo e desta equipe d governantes e encher-se-á de um orgulho supremo. Um destes feitos é a existência de críticos desta estirpe que não impediu a construção de uma liderança nacional tão engajada na solução de problemas diversos e o abandono da sobrevivência pela mão estendida, uma liderança que não está disposta a viver uma governação a crédito. A obra deixada por este executivo e que hoje não vale quase nada para esses jornais, são indispensáveis para o povo, povo que não deseja promessas ingénuas.
Constituem estas acções um todo, dada a enorme importância que representarão para a posterioridade. É natural que as opiniões divirjam quanto a resolução preconizada para os problemas encarados. O próprio Guebuza, no decurso do seu mandato teve que encarar dificuldades de conseguir pessoas certas para serem encaixadas em lugares certos e não poucas foram as vezes que pareceu cair, aos olhos dos cépticos, na inconstitucionalidade. Lembro-me que o Ministério da Função Pública que tanto fez para a melhoria da prestação de serviço público foi concebido e implantado debaixo de duras críticas. Mas ficou claro que os que se opunham a ele pretendiam continuar amarrados ao sistema em que o dinheiro era carregado em sacos para pagar aos professores, aos enfermeiros nos remotos distritos e muitas vezes era assaltado, provavelmente com a bênção deles, pondo em jogo a vida de mais cidadãos. Teve Guebuza que lançar o dinheiro aos distritos para forçar, até certo ponto, os bancos a irem ao campo.

Mas se é natural que as opiniões divirjam quanto às soluções apresentadas, não pode haver dúvidas acerca do enorme trabalho que este governo nos deixa como legado. As suas obras revelam, de resto, que o assunto de bem-estar foi encarado em todas as suas modalidades e são os mais completas que até hoje podem ser apresentadas em Moçambique e ao Mundo. Se o nome de Guebuza, por tantos motivos não estivesse já ligado à História de Moçambique, ficá-lo-ia com estas obras. Poderá parecer que a obra feita nada tem a ver com o desenvolvimento. Se pensarmos, porém, que a chamada consciência económica só pode ser alcançada pelo trabalho, logo se verá que a estas infraestruturas está ligada a parte da mais importante obra em vista ao progresso, com dividendos directos e indirectos. São infraestruturas de que depende o desenvolvimento. Notar-se-á, por outro lado, a quantidade de soluções originais que se encontraram dispersas, aliás, orientadas por um critério realista e de exequibilidade imediata, que não é menor o seu valor. Os moçambicanos patriótica e orgulhosamente sentem o alcance e a grandeza dessa obra. E como todos eles, sem discrepância, só têm por único objectivo trabalhar pelo engrandecimento da pátria una e indivisível, não podem, de modo algum, esquecer nunca o altíssimo significado das Presidências Abertas de Guebuza em cuja figura se simbolizam os anseios dos moçambicanos. A teoria da incompetência é, portanto, demasiado incerta e falta-lhe a clareza necessária para convencer o mais ignorante dos cidadãos. Está debaixo de um véu de frases moralizadoras, talvez destinados a apaziguar a consciência dos respectivo responsável mas que nada corresponde a verdade.

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