Nestes dias de intensa luta contra os inimigos da paz que há
duas décadas tentam escravizar as nossas populações para permanecerem na
insegurança no próprio solo, aprouve a
Deus nosso Senhor enviar à Moatize uma nova e difícil atribulação. O pérfido ataque militar ao exército, no passado domingo se confirma. A Renamo continua a avançar com a ideia de criar um exército próprio, lançando novas forças ao ataque. Os
distúrbios provocados na região ameaçam ter um efeito desastroso sobre a situação futura deste
persistente braço de ferro, se o exército responder. O destino de Moatize e de Tsangano, o bem estar do
povo e todo o futuro da nossa querida província de Tete exigem que o sossego seja reestabelecido. Mas o sossego só pode aparecer
se as armas à solta forem recolhidas e extirpado o fantasma do reinício de uma
nova e, talvez, prolongada guerra. Ninguém duvida que a Renamo, não hesita em recorrer a ela e a qualquer
provocação, tal como nos demonstram os seus actos, na realidade uma passagem
para o lado da negação ao povo do direito à paz, no momento em que o recurso à
violência para se chegar ao poder está em colapso por todo o mundo que se preze
civilizado. Esta situação pode ser atraente para certos espíritos que acalentam
a esperança de vingar as suas mágoas e o seu ódio à Frelimo, através de uma nova catástrofe. Nunca,
como nesta hora histórica, revelou o governo moçambicano tanta força de
carácter - e é este governo ao qual
todos devemos nossa maior conquista, que a Renamo se atreve a ameaçar com
ataques.
A Renamo sempre chamou de democracia à liberdade dos seus homens armados
continuarem pobres e de morrerem à fome no mato, enquanto os chefes levam uma vida boa nas cidade, quando podiam enquadrar-se na vida
civil com todos os seus benefícios. São anos perdidos! Os seus defensores oficiais e
oficiosos enganam o povo com frases agradáveis, sonantes e bonitas mas
totalmente falsas, tentando dissuadir as massas da tarefa histórica concreta da Renamo para libertar o povo da má governação imaginária. Os progressos da última década
mostram que, apesar dos esforços desestabilizadores da Renamo contra a
governação da Frelimo, a roda do destino e o impulso da calma e determinação do
povo avançam em direcção a um objectivo: desenvolvimento. Nestes últimos meses,
o ritmo aumentou e já nada a pode parar. Há muitos anos o exército e o governo
têm sido pacientes com a Renamo, mas esta, em vez de reconhecer os direitos das
forças armadas circularem em todo o território nacional, atreve-se a falar de
«nossas bases» e lança-se ao ataque, num acto de provocado suicídio. Até provas em contrário, recuso-me a acreditar que os
verdadeiros democratas vivam com exércitos paralelos em seus países. Mais de um milhão de mortos em 16
anos cujo erro foi terem nascido e vivido no nosso solo pátrio; dariam voltas
nas suas sepulturas. E até provas em contrário, recuso-me a acreditar que a Renamo defende a paz destruindo-a.
Um povo digno do seu passado e do seu nome entre as nações
civilizadas não pode viver perpétuamente o fantasma do retorno da guerra. Quando
a Renamo recebe apoio expresso vindo de certos segmentos, não é voto de
confiança garantido. Pode estar para ser usada por verdadeiros anarquistas e ela pagará a factura mais pesada da História: o desaparecimento. Estes segmentos são mais movidos pelo ódio contra a
harmonia do que o amor à Renamo. Deixai-me repetir categoricamente que apesar
das provocações da renamo, o juramento sagrado do nosso Presidente que fez
perante todos nós é que fará tudo o que estiver ao seu alcance para impedir que
moçambicanos matem outros moçambicanos. Entregou-se à tarefa com entusiasmo e esperança porque tem um coração de paz. Assim seja!
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