Incentivar detenções aos Jornalistas parece ser uma nova
táctica encontrada pelos determinados a destruir o regime por meio de casos
isolados, elevando-os a categoria de gerais. Está na forja uma conspiração, uma
conspiração de projecção internacional. Uma conspiração urdida nas entranhas da
própria imprensa. As reacções que se fazem sugerem que esta classe profissional deseja
ter um tratamento diferenciado em relação ao povo comum, quando transgride normas. Muitos, mesmo sem
saberem as causas das detenções correram a julgar a polícia com base na versão
da vítima, contrariando o princípio do contraditório, próprio da profissão.
A esta altura, rajadas ciclónicas sopram de vários quadrantes na tentativa de destruir pela raiz a harmoniosa e dedicada polícia cujas linhas mestras algumas vezes foram cobertas pela argamassa de tanta dedicação, persistência e sacrifício, preço que a Polícia paga na sua peregrinação pelo país real. Todas estas rajadas se filiam numa filosofia de agressão verbal e de violência psicológica sempre repudiadas e que não podem conduzir a nada de perdurável. Começam por desacatos, para mostrar que o suposto infractor é conhecedor da lei, passam pela discussão com os agentes e terminam na desobediência, para mostrá-los que «não são NADA!»
Uma nódoa paira sobre o Jornalismo nacional porque uma força arrasadora apoia todo aquele que tende a desafiar as autoridades. Não seria mal se essa força passasse a exigir dos Jornalistas a informação em vez de incentivar a prática de um Jornalismo Político. Entre forças conspiratórias que desejam lançar a Imprensa contra o Regime; entre doutrinas que discriminam contra o regime, que vendem a desgraça do país, que se contentam com a desgraça do povo, que incentivam o ócio, que pregam o país virtual, que desejam vender ao mundo um cartaz barato cujo conteúdo sugira ausência da liberdade de expressão em Moçambique, é de crer que a Polícia deseja ardentemente construir uma sociedade para todos, uma pátria comum, progressiva e indestrutível.
A determinação da Polícia a este respeito representa bem mais do que uma mera especulação, estágio já ultrapassado, pois se atingiu a expressão mais perfeita da corporação: imparcialidade. De resto, honestamente, não se percebe como, quando e por quem deve ser exercido o direito de exigir a identificação dos indivíduos, de intimar os cidadãos, senão for a polícia. Seria bom recordar que temos, cá no nosso país, o maior intérprete desta época da nossa História – a Constituição -, a quem todos, como moçambicanos, devemos uma dívida que não se salda, até porque, sem ela, alguns talvez já não pudessem fazer nessa qualidade de críticos de pontas de lança. O país não precisa de mais mártires!
Pedro.MAHRIC.