Há uma tentativa de denegrir as imagens de Armando Guebuza, Presidente da Frelimo e de Filipe Paunde, seu Secretário Geral. Nesta onda saudosista, os críticos em conluio com alguns frelimistas fazem-se de esquecidos ou ignoram os factos. Quando a dupla GP assumiu a liderança da Frelimo, esta formação política saía do pântano político para onde a Renamo-UE a havia lançado. Com Guebuza e Paunde a robustez partidária voltou; não só reorganizaram o que estava errado, como também deram um novo impulso ao funcionamento do partido dos camaradas numa cruzada que envolveu o teste de vontades e ideias; teste de firmeza espiritual aos valores defendidos pela Frelimo, às convicções dos seus membros e aos ideais que perseguem. Foi um tempo incerto em que o partido estava cheio de pessoas ambiciosas a estragá-lo, nem que para isso fosse necessário colaborar com o adversário. Já muitas vezes me questionei sobre a timidez de alguns de nós em defender a honra de quem a tem por mérito próprio. Foi graças a uma liderança forte, tempo e um bocado de esperança, que as forças do bem acabaram por recuperar e triunfar sobre o mal. Vou usar a expressão de um amigo de infância, Damião Paulo, exprimida aquando da divulgação dos resultados eleitorais de 2004: «com Guebuza a Frelimo recuperou os sentidos». Pois bem. Deixemo-nos de tibiezas e assumamos a verdade como ela é. Digamos ao país que a dupla GP mostrou a todos que na Frelimo uma nova era é não só possível, como também provável.
Durante os dias negros da cruzada do Apartheid na Matola, e quando este país estava ao rubro de coragem, Samora Machel exclamou, referindo-se aos inimigos de Moçambique: «que venham; que espécie de pessoas pensam eles que somos?». Os defensores do Apartheid, hoje camuflados de democratas e que tudo fazem para aldrabar o povo, acabaram por descobrir que homens extraordinários estavam na Frelimo. Mas o nosso exército pagou o preço terrível por esses democratas de hoje terem permitido aos ditadores do Apartheid que subestimassem os nossos líderes. Não nos atrevemos a cometer o mesmo erro outra vez. O erro de desvalorizar as lideranças. Por isso, que o frelimistas se perguntem a eles próprios: «que espécie de pessoas pensamos que somos?» E respondam, sem receio: «Pessoas dignas de respeito, determinadas não só a permanecer respeitadas, mas também a ajudar outros a conquistar o seu respeito, a sua honra e a sua dignidade». Samora conduziu o seu povo a uma grande vitória contra o Apartheid, mas perdeu a vida quando os frutos da sua luta iam começar a ser saboreados. No entanto, morreu com dignidade e, como se viria a verificar, deixou um legado, sabendo que a liberdade do seu povo era mais importante do que o destino de um líder. A história recorda a sua grandeza em termos aos quais nunca nenhum dos democratas camuflados de hoje terá direito. E ele deixou uma mensagem de esperança no futuro, tão oportuna agora como na altura em que ele a formulou, há quase trinta anos, ao dizer: «quando olhamos para o passado e vemos todos os perigos por que passamos, os poderosos adversários internos que derrubamos e os negros e mortíferos desígnios que frustrámos, por que razão haveríamos de ter medo do futuro? Sobrevivemos ao pior?
Assim será com esta dupla GP. A Frelimo deve-lhe uma dívida que não será saldada, porque a tarefa que propuseram perdurará muito depois da nossa geração. Fizeram juntos um grande esforço para proteger o melhor – uma cruzada pela liberdade que necessitará da fé e da força moral da próxima geração. Eles, como pessoas, cometeram os seus erros, mas moldaram a história que pertence à Frelimo, mas os princípios que incarnam pertencem a todos os moçambicanos. As grandes recordações do povo permite-lhe grandes esperanças no futuro. Pela primeira vez, dizia há pouco tempo um amigo, Guebuza e Paunde sentem que podem legar qualquer coisa ao país. Creio que o país sente que pode receber alguma coisa de Guebuza e Paunde».
PS. Passei grande parte do dia de ontem com Lazaro, e juntos fomos visitar a família cujo drama reportei. Ele e amigo ajudaram aquela família a sorrir. Grato Amigo!