quinta-feira, 23 de maio de 2013

Serão as armas e convulsões sociais uma via viável para resolução de problemas?

É comum ouvir-se que a Frelimo está no poder há muito tempo sem nenhuma mudança. É comum ouvir-se que o povo moçambicano tem medo de alternância do poder. É comum ouvir-se que a Frelimo é a causa da pobreza em Moçambique. Se você ama Moçambique, se você deseja um Moçambique desenvolvido, se voçê deseja que a corrupção acabe, fique de prontidão – na sombra da escuridão, lá bem ao fundo da caverna, está em forja um golpe institucional contra a soberania dos moçambicanos decidirem o seu rumo. Não se trata de um golpe militar, mas sim, económico, com apoio declarado de algumas bocas nacionais. Com base em pretensos anúncios da corrupção se quer desmoralizar o Governo na sua luta contra ela.
 
Eu não concordo que somos pobres porque temos medo ou que sejamos medrosos. A pobreza não tem relação com o medo. Lembrem-se que um país civilizado (Japão) ficou sob o tecto do mesmo partido (salvo poucos meses) por 54 anos mas ninguém reclamou que a idade em que um partido está no poder é proporcional a inércia do desenvolvimento do país em causa. Que se lembrem os que querem atiçar a desordem que a Frelimo se debate não apenas com o combate ao subdesenvolvimento, como também ao processo de construção da nação, defendendo a soberania. As visões da teoria de desorganização social ganham cada vez mais terreno com facilidade, mas não levem a Frelimo a mal, porque não é culpada de ser escolhida pelo voto popular. Ela não escava abrigos para abrandar a guerra; o seu objectivo é avançar sempre sem dar tempo ao adversário para escavar o abrigo dele. A Frelimo vai ganhar esta guerra a combater e mostrar a todos que é mais corajosa do que os seus adversários são ou virão alguma vez a ser. Pode rir, pode ouvir mas ceder ao adversário político derrotado, NÃO, NUNCA.

Alguns clamam o derrube do governo por vias desonestas, através de golpe militar, sublevação popular ou coisa parecida, como se não tivessem familiares nesta terra. Quando os projécteis choverem à volta deles e eles, ao limparem o rosto da sujidade, descobrirem que em vez da sujidade é o sangue e as tripas do seu melhor amigo ou parente, nesse momento, saberão o que fazer e o que dizer! O povo moçambicano não quer voltar a guerra. Não estou a revelar um segredo quando digo que o povo moçambicano não quer voltar a guerra. É difícil aos que não concordam com o rumo do país renunciarem às suas perigosas e infrutíferas tentativas para ditar as suas vantagens. A Frelimo vai avançar constantemente porque o seu plano operacional básico é avançar e continuar a avançar, não importa se por cima, por baixo ou através das linhas do adversário.

De vez em quando vão haver algumas queixas de que estará a exigir demasiados esforços aos seus membros e simpatizantes e ao povo em geral. Mas estaremos nas tintas para estas queixas, na velha e sábia regra que diz que «uma onça de suor poupa um galão de sangue». Quanto maior for o nosso esforço, mais unidade garantiremos e menor será o risco da oposição vender a pátria. É chegado o momento de reconhecer que a escolha de uma forma particular de vida é uma questão que diz respeito a cada povo. Só os homens que agem de má-fé podem pensar em resolver a questão da pobreza pela força das armas. A Frelimo considera razoável e justo criar condições necessárias à reforma do funcionamento da economia de modo a abranger a todo o país para mudanças e melhorias num futuro imediato; e isto é visível a todos, excepto aos que propositadamente se vestiram de óculos de madeira para não serem testemunhas oculares do progresso em marcha.
 
Pedro MAHRIC