quinta-feira, 2 de maio de 2013

Nota do Mês

Durante o desagradável mês de Abril, Moçambique atravessou uma crise – que é incontestavelmente a mais severa, talvez a mais decisiva, que esta geração tem afrontado. Através dos últimos 20 anos, a Renamo, por uma sequência de factos, alguns imprevistos, começou a entrever, como sonho realizável, a refundação d’um grande exército de descontentes. E, com aquela viva clareza de propósito e segura tenacidade de execução, que constituem a sua força, encetou uma série de actos, que, terminando há tempos pelos massacres policiais de Muxungue, autorizam o seu líder e os seus Publicistas a considerar esse Partido como uma realidade esplêndida, de que gozarão os filhos dos homens sem justiça e sem escrúpulo que lhe lançaram as primeiras bases.
 
Esse movimento, segundo o traçaram nos seus largos contornos as publicações oposicionistas, estender-se-há de Norte a Sul e a vida dos moçambicanos, será a grande estrada d’agua até à Ponta Vermelha. De repente a Renamo ficou com razão em tudo. Perante esta ameaça virtual precisamos de desarmar a Renamo. Perguntais, qual é o nosso objectivo? Respondo-vos com uma única palavra – desarmamento. Desarmamento a todo o custo – desarmar a Renamo apesar de todos os terrores – desarmamento, por muito longo e difícil que seja o caminho, porque sem desarmamento da Renamo não há sobrevivência para a Frelimo e para os moçambicanos.
 
Discuti o exposto num espírito tão puro, claro e religioso. Os discursos da Renamo, que são muito violentos, conheceu-os o auditório. Que isto fique bem claro. Não haverá sobrevivência para Moçambique, para tudo aquilo que a nossa posição representou: sobrevivência da vontade, do impulso dos tempos, para que os moçambicanos avancem em direcção ao seu objectivo de prosperidade. Proteger o escudo dos moçambicanos - a Frelimo - deve ser o imperativo daqueles que desejam continuar a viver e prosperar em paz.