No dia 24 de Agosto, Tomás Queface fez um post no qual mostrava-se indignado com
a minha pessoa. Dizia ele: «Se eu fosse moderador deste grupo, bania o Eusebio Gwembe com vista a recuperar o debate de ideias racional, objectivo e sobretudo produtivo». E teve 18 likes! Os seus ataques continuaram a fazer eco nos
comentários que foi fazendo aqui e ali. Mas ele não estava sozinho nesta
campanha, muito menos que a sua indignação era em face de eu ser o sabotador do
grupo. Não! Ele sabe que eu sei o porquê só agora ele se indignou. Ele faz
parte de uma coligação, uma liga de intolerantes para com a opinião diferente;
uma liga dos que destroem para reconstruir as mesmas coisas que dizem combater.
Pouco antes dele, já havia sinais de nervosismo por parte de outros elementos
da liga em face das denúncias que fui fazendo e alguns post, que gentilmente os
denunciei ao Facebook como spam, já eram
sintomáticos desta impaciência a que os meus adversários ideológicos se viram
votados, lançando as penúltimas pedras do bolso. Até me acusaram de estar a
fazer a campanha em nome do seu partido e que o meu plano era sabotagem a mando
das orquestras da Pereira do Lago. Que desnorte! E até me ofereceram um
imaginário orquestrador, melhor, mandante para este plano de sabotagem. Não leram
os sinais dos tempos!
Imagino que seja fácil para a liga dos paladinos da
democracia esmagar um homem como eu, mas também conheço os deveres de quem pode
morrer a defender a sua causa. Vi os defensores da liberdade intelectual
vencidos pelo infortúnio ou pela calúnia, pela baixeza de princípios ou pela
inveja, mas os seus tratantes também não tardaram encontrar o cerco, porque os
seus princípios partiam do simples desejo de assassinato de carácter. Eu não
deixarei os meus adversários ideológicos degradar a minha alma e debilitar as
minhas virtudes – que não são poucas – com uma heresia maligna! Não, moçambicanos!
Não, democratas desta década! Não me posso ajoelhar aos que pretendem inverter
a verdade das coisas; aos que manipulam a opinião pública com ajuda da imprensa
dos 10 milhões! Não se pode defender a algema das palavras, por mais insensatas
elas pareçam. Não se pode mandar calar, ou expulsar um indivíduo apenas porque
revelou os nossos planos ocultos. A paciência de ouvir os tolos é uma virtude. Quero-vos
pedir que apagueis das pedras tumulares esta máxima sacrílega que cobre todos
os que pensam diferente com um manto fúnebre e lançam insultos de intolerância.
Eu creio na soberania intelectual ainda que seja tratado como escravo e
recordo-vos que onde não reina a justiça nas atitudes e nas palavras, reinam as
paixões dos magistrados e que com esta posição só revela que o povo pode mudar
as grilhetas mas não o seu destino.
Existe no nosso seio uma liga de tratantes que orquestra, a
luz da vela, esquemas de assassinato de carácter aos que pensam diferente. E são
os mesmos que se dizem preparados para tomar o poder. Não me deixarei enganar
por palavras pomposas de que trata-se da defesa da racionalidade. Não me
deixarei levar pelo beijo da traição que a todos arrasta. Há uma liga de
tratantes que luta contra a virtude pública e que tem uma influência maior do
que eu sobre a minha própria independência e que me proscreve individualmente
na pessoa de todos os maus cidadãos deste grupo. Em vez de eu sacrificar as
ideias dos outros pela minha felicidade, os meus adversários desejam sacrificar
as minhas e me chamam de autor de todos os males e o único obstáculo à prosperidade do debate.
A postura de Tomás –
que não é apenas opinião individual como alguns avançaram nos seus comentários –
só mostrou e confirmou que nos dias que
passam, em que a verdade luta para ser reconhecida, os gritos do patriotismo
oprimido serão chamados gritos de sedição e que todo aquele que se atreve a atacar-me,
não será proscritos individualmente, mas em bloco que forma a liga dos
tratantes, a liga da intolerância; a liga dos intolerantes na sua luta para
preservar os lugares ao sol. Foram mais de trezentos comentários em que parte dos
comentaristas filiou-se a um grupo de ambiciosos a organizar a sua tirania. É este
o império dos tiranos armados com palavras pomposas contra mim e contra todos
os que vieram em meu socorro. É esta a influência da sua liga com homens
corruptos em ideias, sempre inclinados ao mal que consiste em elevarem-se a
custa do silêncio dos outros. É o espelho da oposição, não necessariamente uma
oposição política, mas uma oposição aos defensores do regime.
Hoje impõem-me a lei do silêncio para me obrigar a trair os
meus princípios. E são muitos! Deverei subscrever esta posição? Não! Defenderei
os meus princípios correndo o risco de ser vítima deles! Eles que vão para o
cadafalso pelo caminho de banimentos e, e eu pelo caminho da virtude. Deverei
dizer que tudo está bem? Deverei continuar a louvar, por força do hábito ou da
prática, aquilo que está errado e que põem em perigo a nação cujo passado
conheci? Contribuiria para arruinar o país. Deverei revelar os abusos
escondidos que acontecem nas chancelarias? Deverei denunciar os vendedores da
desgraça do país? Dir-me-ão que estou a prejudicar os esforços da oposição na
construção de um Estado de Direito quando se sabe que esta não tem nada de algum
princípio sobre Estado de Direito em que a tolerância faz parte. Dir-me-ão que
estou a tentar adquirir influência pessoal às suas custas. O que deverei fazer?
O meu dever! Que objecções podem ser levantadas a quem deseja dizer a verdade
escondida e aceita entregar a cara por isso? Digo, pois, que existe uma
conspiração contra o Governo de Moçambique; que esta conspiração é financiada
por algumas embaixadas; e que ela deve a sua força a uma coligação de
individualidades bem posicionadas na oposição que urdem intrigas até no seu
próprio seio; que esta coligação tem cúmplices internos e externos que entraram
neste pernicioso esquema; que a coligação assim formada tenta arruinar todos os
patriotas e a pátria; que o primeiro passo é desacreditar todas as instituições
que a Frelimo, sobretudo, com muito esforço edificou.
Qual é o remédio para este mal que se chama intolerância?
Denunciar os tratantes; renovar as acusações, expurgar a própria oposição e subordina-la
aos interesses da nação e erigir sobre as suas ruinas o poder da justiça e da
liberdade de os moçambicanos serem donos de si mesmos. São estes os meus princípios.
Se for impossível defendê-los farei o meu retiro, mas não que deverei ficar
calado, quando algumas organizações estão na posse do dinheiro pronto a ser
empregue para a compra de votos; quando
algumas associações estão na posse de dinheiro para compra de objectos de
deserção política; quando há lobbies no exterior coleccionando tudo o que podem
para virem entupir a mente dos moçambicanos de que eles é que são os próximos
salvadores. Não! Não trairei a minha consciência por causa da intimidação
barata. Estas denúncias dos planos ocultos continuarão com maior vigor até que
todo o mundo saiba e se convença deque há uma tirania a ser organizada em
Moçambique; e que os seus porta-vozes, espalhados pelas redes sociais, tudo
fazem para a defender ou fazer vista grossa; que há um plano oculto de
perseguir todos os libertadores da pátria, quando o poder lhes escorregar das
mãos; que em face do efeito angolano que agora chegou ao Zimbabwe no qual a
oposição está a desaparecer por si própria, a liga dos tratantes desenvolveu
mecanismos de autodefesa inventando tudo o que podem, para desacreditar processos
políticos do país; que a Frelimo protegeu os seus membros por causa do dinheiro
a que fiz alusão que serviria para comprar consciências daqueles que tem carne
fraca. É isto que se impõe denunciar e é isto que irrita pessoas como Queface!
Tenho dito.
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