Objectivo Número 2: Infiltração na FRELIMO para a corroer por dentro e;
Desacreditar a vitória do camarada Danny e da FRELIMO para, por via disso, forçar a negociações e concessões do que, por via do voto, não se conseguiu.
"Daniel Chapo tem tudo para fazer história, lançando o país nos carris do desenvolvimento. Nós não temos muitos anos de vida, mas conseguimos antever aquela que poderá ser a década Chapo. As vozes que exigem diálogos estão conscientes disso e querem fazer de tudo para que Chapo governe com os travões do progresso, os sabotadores oficialmente infiltrados. Chapo não deve negociar. Ele deve, antes de tudo, governar. Com a sua turma. Ele venceu, e com ele a FRELIMO. Essa foi a nossa linha correcta e não será agora que vamos mudar.
Não nos movem ódios nem intimidações de nenhuma espécie. Não nos determinamos pela mais insignificante pressão, venha donde vier, seja quem for que no-la pretenda impor. Hoje, como ontem, a FRELIMO é orientada em plena liberdade, com uma perfeita noção das responsabilidades de quem entende que acima das miseráveis conveniências das várias quadrilhas que tentam esmagar a nação, está a esperança, está o brio, estão a honra e o desejo de trabalhar em paz. Aliás, ele diz "vamos trabalhar".
Em 45 dias, encetamos contra os nossos adversários uma luta sem tréguas até que a vitória fosse possível. Foi uma vitória justa sobre a qual eles tentam criar uma suspeição. Se até ontem nós nos mantivemos calados, era por entendermos que gritar muito não é sinal de ter razão. O nosso silêncio não era, contudo, consentimento das acusações que nos dirigem nem carimbo para aceitarmos a partilha do poder com quem não foi escolhido.
Há 60 anos, precisamente seis décadas, temos sido alvos de, contra a nossa vontade, sermos chamados à luta. O Apartheid, os Bandidos Armados, os terroristas sem rosto. Hoje, os mesmos de sempre, pretendem nos impor mais uma batalha. Não a abandonaremos até que, mais uma vez, a história nos dê a razão. Quando os bonzos agitam-se, descruzam as pernas, erguem solenemente a cabeça, alongam os braços, espalmam as mãos, invocando a Deusa do Diálogo, nós dizemos: é uma armadilha".
Levamos muitos anos para construir o que a mão criminosa destruiu. Sempre que as coisas estão para dar certo, aparece outra mão para destruir. Não será agora, quando os frutos do nosso génio principiam a mostrar-se, que mudaremos de posição. Durante o período eleitoral estivemos no alto duma barricada, donde o nosso candidato vinha espadanado por sobre toda a nação, criando simpatias, reunindo vontades e fomentando ambiente para o grande salto que está à esquina mais próxima.
O povo foi ao voto. Não saimos da barricada para irmos ao encontro das plataformas digitais comprar algoritmos difamatórios contra a CNE, o STAE, a PRM, em resumo, contra as instituições. Esperamos, próprio de gente serena. Os acontecimentos é que vieram até nós, para nos darem razão! Os factos que substanciam a nossa vitória suada é que se desenrolaram à nossa volta, para comprovarem mais uma vez que, quando há razão e essa razão, escudada em realizações de vulto, não há forças capazes de nos humilhar com a derrota.
Nós vencemos, que não haja dúvidas. Seria cobardia voltar, neste momento, as costas aos primeiros resultados do esforço que voluntariamente temos feito em favor do país. Não podemos partilhar o poder. Seria trair os camaradas que se bateram pela vitória, se nós preferíssemos os algozes aos aliados. Não está isso no nosso feitio. Temos, por elegância moral, quanto mais não seja, de ir até ao fim, com os nossos amigos. Nem um passo, pois, para a retaguarda, nem uma hesitação sequer no apuramento das responsabilidades que se enovelam em torno da grande perturbação em andamento. Tal como sobrevivemos ao pior, no passado, tudo isso há de passar.
Diálogo, sim! Mas, com pessoas dispostas a isso. Não somos um partido que recebe recados dos verdadeiros culpados de todas as perturbações sediciosas que têm apunhalado a vida moçambicana. Não aceitamos pré-condições de quem está habituado a digerir raivosamente a nossa política porque a nossa vitória não depende da vontade expressa dos nossos adversários. Ela está escudada no povo. Portanto, quem organizou essa perturbação, quem entrou nela, que a trouxe das alfurjas onde se tramam tais crimes à luz do dia, que ceifaram vidas enchendo hospitais de vítimas da sua ferocidade, não pode esperar dialogar connosco.
Quem tornou possível semelhante atentado contra os cidadãos que trabalham e não têm culpa dos desvarios políticos de um punhado de aventureiros, que apostaram não nos deixar viver em sossego, não pode esperar que lhe estendamos a mão. Olhemos com frieza, com imperturbável serenidade para o que se está passando. Os acontecimentos falam alto demais para que tenhamos necessidade de lhes substituir a voz pela nossa. Gente que falta ao que deve, ou que, por estranhas aberrações morais, se compraz em alimentar as fogueiras antipatrióticas tomando todas as precauções para não ser envolvida pelas labaredas do incêndio, é por acaso digna de governar connosco?
O momento que passa não se presta a comédias. Pela nossa parte, pelo menos, não estamos dispostos a transigir com comediantes, qualquer que seja a sua caracterização ou o seu disfarce. O partido acaba de passar por uma dolorosa provação, tão grande e tão intensa, que se não fossem aqueles que no primeiro momento, leais e decididos, correram a defendê-lo, ninguém sabe o que nesta altura teria acontecido na FRELIMO.
Para terminar, nós não temos a obrigação de mostrar as provas da nossa vitória porque, em países civilizados como o nosso, não é tarefa de contendores declararem a própria vitória. É tarefa dos órgãos eleitorais. Se eles nos acusam de vencermos, cabe-lhes o ónus da prova."