Nampula beneficiou do apoio do MCA. Quando, dentro de poucos meses, se completarem os planos que
o Município presentemente executa, teremos uma cidade diferente, e,
conservando o seu carácter macua, ter-se-á tornado numa das belas cidades
africanas. A colorida capulana da mulher macua sempre foi um dos seus mais
belos ornamentos, e no futuro não só assim continuará a ser, senão essa
característica ainda mais se acentuará. Novos espécimes de arquitectura ligarão
o passado com o presente, na composição de um quadro perfeito. As principais
construções serão as que se levantam junto da EN1, onde se acham já concluídas
muitas obras de tipo prédio. Mas isso não deve ficar por aí. Há muito espaço
subaproveitado! [Na imagem ao lado, junto da ponte do Matadouro, dois jovens tomam banho enquanto outro lava frascos que serão utilizados para venda de óleo - Arq. Pedro, 12-03-2013]
Olhando para o que é Nampula de hoje, a sensatez manda-nos
dizer que a Estrada Nacional N1 já deixou de ter sentido, ao cortar a cidade pelo meio.
As transformações pelas quais está passando a cidade tornarão, num futuro breve,
aquela estrada prejudicial à estética urbana, enquanto o seu desvio tornaria a urbe
de lazer ainda mais aprazível do que era. Em função do seu progresso é preciso
rasgar-se novas vias de trânsito, ligando bairros periféricos ao centro da
cidade; é preciso construírem-se balneários para crianças e adultos, é
imperioso construírem-se sanitários públicos em parceria com os privados e
devolver à cidade os jardins que perdeu.
É urgente construir-se uma EN que não passe
pela cidade, podendo esta ser projectada para antes da Fábrica de Cervejas, a
fim de sobressair para além do Control para Nacala. Importa transformar Nampula
num Pólo de atracção acompanhando os seus multiformes melhoramentos ora em curso,
que incluam drenagem das águas das chuvas, consolidação de terrenos nas
escarpas que dominam as várias vias que periodicamente são sujeitas a
desmoronamentos, arruamentos transversais, pavimentação de numerosas artérias
nos bairros esquecidos da cidade, construção de casas dignas desse nome,
airosas e higiénicas que destinem substituir os bairros de capim alí
existentes.
A cidade de Nampula possui pequenos muitos riachos naturais que
escoam águas e dejetos de toda a espécie para longe dela. Temos visto nestes
riachos muitas pessoas tomando banho, lavando plásticos, garrafas e frascos que
depois são usados para colocar produtos de venda em mercados o que põe em risco
a saúde dos munícipes. Estes riachos naturais poderiam ser aproveitados, sem
elevados custos, para neles serem colocados os canais de esgoto da urbe,
matando, deste modo, dois coelhos numa única cajadada. Não se pode perder de
vista o problema do fornecimento de energia eléctrica, a qual devia começar a
ser pensada em função do risco, privilegiando os canais subterrâneos, de condutas de água para mais perto das populações.
A transferência da terminal de Comboios deve configurar-se
no plano primordial e a melhoria do sistema de Transporte Público digno desse nome
faz-se igualmente necessária. Deve-se fazer uma eliminação gradual dos pequenos
«chapas» que tornam a viagem dos gordos mais penosa. Se a vontade e as
intenções se conjugarem, se a imaginação e o desejo do belo se cruzarem e,
sobretudo, se a honestidade dos políticos se revelar regra, poderemos ter uma
Nampula modelo para se viver com dignidade.
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