sábado, 19 de abril de 2014

Esta Renamo será derrotada

Há pessoas que continuam a louvar, por força do hábito ou da prática, aquilo que está errado, quando a Renamo priva, mata, destroi e pretende entrar para o Governo por vias ilegais. Um país que, para realizar eleições, precisa de ajudinha de fora pode estar à beira de uma incerteza eleitoral, se a situação político-militar continuar. É verdade que se fala de que com a Renamo ou sem ela haverá eleições a 15 de Outubro. Contudo, a sensatez apela incerteza, porque o comportamento dos doadores poderá ser determinante, se condicionarem a ajudinha aos avanços nas negociações e no terreno. Os acontecimentos das últimas horas no Centro do país não deixam margem para dúvidas. A Renamo move-nos, a nós moçambicanos, uma guerra injusta. Os preparativos da guerra que já cobrem o nosso solo obscurecem o nosso futuro. Ela mostra-se tão relutante à reconciliação que é necessária a força para recuperar a nossa dignidade. Não nos iludamos, senhores! A sua nova exigência de querer nomear o comandante das Forças Armadas e de Segurança mostrou a sua natureza belicista.
Ela – é histórico – luta para destruir o regime, desde 1976, e os 20 anos de paz de que se serve para mostrar o seu lado pacífico foram à custa de chantagens e muita paciência da parte do Governo. Igualmente ficou claro que o princípio da PARIDADE era o implemento de guerra e subjugação, o derradeiro argumento a que a Renamo recorreu para impressionar a opinião pública nacional e internacional. A sua exibição marcial tem um propósito de forçar-nos à submissão e as suas rajadas destinam-se a nós, como um povo. As suas forças nascidas do negro regime do Apartheid foram enviadas para prender e manter sobre nós, os moçambicanos, as grilhetas que as forças estranhas vêm forjando há tanto tempo. E o que o Governo tem para lhe opor? Tentar argumentar e fazer concessões absurdas? Senhor, há mais de três décadas que o vem tentando. Tem algo de novo a avançar sobre o assunto? Nada. O Governo já o analisou sob todas as vertentes, mas tudo foi em vão. Recorreu à medidas de excepção revendo uma lei eleitoral que não tinha dois anos de existência. Que termos encontrará que não tenham já sido esgotados? Deixemos de nos iludir.
O Governo fez tudo o que estava ao seu alcance para evitar a tempestade que agora se aproxima. Enviou petições para que Dhlakama viesse à mesa de negociações, implorou a sua intervenção para deter as mãos tirânicas dos seus guerrilheiros. As suas petições foram desdenhadas, a sua paciência produziu violência e insultos acrescidos, as suas súplicas foram ignoradas e os seus apelos ao diálogo construtivo foram repelidos, com desprezo. Depois de tudo isto, é inútil entregarmo-nos a alegre esperança de paz sem violência. Já não há lugar para esperança. Só nos resta o apelo ao Deus das Hostes. Somos mais de vinte milhões de almas empenhadas na sagrada causa da nossa liberdade. Somos invencíveis por qualquer força que o inimigo possa enviar contra nós. Desde 1976, repito, desde 1976 que a Renamo tem lutado contra o Estado Moçambicano e é o momento de dizer «basta». É tempo de civilizar a Renamo e, caso ela se recuse, há que procurar antídotos propícios para que deixe de matar inocentes. Nesta missão, acreditem, não travaremos as nossas batalhas sozinhos. Existe um Deus justo que preside aos destinos das nações. Ele providenciará amigos para travarem as nossas batalhas por nós.
E a Renamo será derrotada e porque não extinta!!!, a não ser que reveja a sua postura. A luta não pertence apenas ao esperto. Pertence ao vigilante, ao activo, ao corajoso. Não temos escolha. Agora é tarde demais, para que continuemos a assistir ao somatório de mortes, de refugiados, de destruições. É inútil, senhor, atenuar o assunto. Os nossos irmãos já se encontram no campo de batalha, porque permanecemos nós aqui inactivos? Será a vida tão valiosa, ou a paz tão doce, que possa ser comprada com grilhetas e escravatura? A massa de vícios que a torrente dos ataques misturou indiscriminadamente com as virtudes cívicas, faz-me tremer com medo de parecer manchado aos olhos da posterioridade pela impura vizinhança daqueles homens perversos que se insinuaram nas fileiras dos sinceros defensores da democracia, quando na verdade a única coisa que lhes interessa é dividirem o país como um saque em vez de o tornarem próspero. A fúria que os anima contra tudo o que se opõe aos seus projectos traça a linha delimitadora entre eles e todas as pessoas de bem. Se eles estão suficientemente avançados na carreira do crime, que saibam: existe, no país, um testamento formidável para os opressores do povo!

Pedro, MHRIC

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