terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Partido do Progresso do Povo de Moçambique (PPPM)

Padimbe  Kamati: em defesa da Repüblica Federal de Moçambique
A sua existência foi anunciada em Lisboa, em 1991, por Padimbe Mohosa Kamati Andrea, Natural de Mueda, Kamati afirmou que o seu partido era anterior a Frelimo e que o fundara quando tinha 17 anos, em 1959. As consultas feitas mostram que em 1964 existia um partido PPPM (Partido dos Problemas do Povo de Moçambique), não ficando claro se seria o mesmo a que Kamati aludia. Ele esteve na Tanzânia, mais tarde, na Etiópia. Regressou a Moçambique e, daqui seguiu para a Rodésia tendo-se juntado ao primeiro núcleo que deu origem a RENAMO, por ele anunciada em 28 de Julho de 1977. Foi Vice de André Matsangaisa, cargo que ocupou por duas semanas antes de seguir para o Ghana, onde tentou criar uma empresa de Import&Export e daqui para Portugal. Justificando os motivos da nova rebelião armada, Kamati afirmara ao Jornal Diabo que "Nós, dissidentes da Frelimo, brancos, negros e mestiços, cientes do legítimo papel de futuros libertadores que representamos junto do povo moçambicano, chegamos a estar um mês, embrenhados no mato, auscultando a vontade e o apoio das tribos, vivendo com elas o dia-a-dia. A curto prazo, principalmente quanto tivermos concretizado o auxílio de potencias estrangeiras, dividiremos o território em dois. Na mesma entrevista afirmava que Samora iria saber o que é guerra civil, no fim daquele ano. Nos manuais de campanha para as eleições de 1994, ele aparece com título de Sociólogo. Afirmara ter estudado na Etiópia e nos EUA. Em Portugal criou uma empresa pessoal, a Kamati – Actividade Imobiliária, Lda. Dizia ter mais de 20.000 membros e apoiantes (confirmados nas eleições em que teve 24.208 votos). Na sede do Partido, em Maputo, dava-se aulas de Inglês e de informática para os membros do partido e havia suspeitas de estar a usar a instalação como escola particular. O seu revés veio quando um de seus membros, Miguel Mabote, saiu do PPPM para formar o Partido Trabalhista (PT). A filosofia política do Kamati era o federalismo, com base na divisão de províncias existentes em estados autónomos. Segundo ele, um governo PPPM daria prioridade ao desenvolvimento de agricultura, através de oferta de ferramentas, bombas de água e abertura de poços para os agricultores. Dizia que, caso ganhasse, iria promover os empréstimos bancários, construção de habitação de baixo custo e reabilitar e ampliar os hospitais e as escolas existentes. Em termos de política monetária, queria fazer escudo português convertível com Metical. Em termos da terra, propunha mudar a lei para que a terra só fosse dada por chefes tradicionais. Para controlar a corrupção, seria criado um tribunal especial. Kamati dizia que o federalismo tinha mais apoio no Sul do que no norte, onde havia muitos egos que, certamente, dificultariam a opção federalista.

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